terça-feira, 15 de outubro de 2013

Um dedo de amor e saudade

Faltam 10 dias e minha ansiedade pelo futuro tem se divido com pensamentos do passado. Dizem que saudade é lembrar com alegria de algo que não podemos reviver no momento. As melhores, ou talvez piores, saudades são daqueles momentos que não poderão se repetir ou ser vividos, principalmente porque as pessoas não poderão estar lá. Tenho sentido nestes últimos dias muitas saudades da minha avó Ieda. Quem convive comigo já deve ter percebido que tenho falado nela mais do que o comum.

De um tempo para cá, carrego sem tirar do dedo o anel que ganhei dela e do meu avô, Francisco, no meu aniversário de 15 anos. O anel que muitas vezes me perguntaram se seria uma aliança, quando eu ainda era solteira. Anel muito parecido com o que uma vez pedi emprestado a ela. Dedos gordinhos, com unhas longas e fortes, sempre feitas e com um belo esmalte, decorados por variadas alianças douradas, adquiridas nos longos anos de casamento. 

- Vó, me empresta esse seu anel, pra eu ver como fica em mim!
Ela tira do dedo médio, me entrega, e eu logo coloco no meu indicador. Em menos de um segundo ela dispara:
- Não, se for pra usar anel de ouro em dedo de anel de bala, me devolve, aqui!
- O que é que tem, Vó?
- Não, não, me devolve, teu dedo é fino tu ainda vai perder a minha aliança!

Não uso nenhum tipo de anel no dedo indicador até hoje! Depois desse fato ela me deu esta aliança, que hoje faz par com a minha aliança com o meu amor, Wagner. Não consigo usar no dedo anelar, porque fica grande e acho que vindo dela é para ser usado no dedo médio, mesmo, porque usar no indicador, jamais!



O sentimento foi apertando quando, na última semana recebi a ligação da irmã da minha avó, tia Idenir, para falar da confirmação para o casamento. Parecia que eu estava conversando com a minha avó ao telefone e não com minha tia. A voz, parecida, me trouxe as melhores lembranças do passado, e por incrível que pareça, lembrança do futuro, do dia do casamento e da ausência dela. Chorei ao encerrar a ligação.

Outro dia meu pai falava ao telefone e eu escutava a conversa. Longa conversa, muito longa mesmo e ele não falava o nome de quem estava do outro lado. Eu pensei em brincar e perguntar para ele quando desligou: - Pai, estava conversando com a vó Ieda? Mas, curiosa como sou, apenas perguntei quem era e ele me respondeu que era a tia Irene, também irmã da minha avó (de quem meu pai é genro). Gelei e ri, que sexto sentido agitado!

Então comecei a pensar e tenho uma vaga lembrança dela fazendo elogios ao Wagner, do tempo em que éramos apenas amigos e nem pensávamos em ficar juntos. Era algo como me dizendo para me aproximar mais dele porque era muito bonito. É, minha avó sabia das coisas... No fundo somos egoístas e ficamos querendo que as pessoas não saiam nunca do nosso lado, mesmo quando o melhor é ir, descansar e realmente ter paz. Há tempos não sonho com ela, e sempre que tem sonho, é especial, é de luz.

Não sei, se como dizem, ela anda por aqui, mas que está nos meus pensamentos, isso sim! No casamento não decidi ainda se usarei este anel, mas usarei um par de brincos de ouro que também ganhei dela. Brinco, que por coincidência (ou não) perdi um dos pares, há dias atrás. Por sorte (ou outra coisa), encontrei o danado no fundo da bolsa, onde felizmente ele caiu. 

Depois de todo esse ouro - anel de 15 anos, aliança de casamento, brinco - acredito que esse material sempre servirá de referência para lembranças da eternidade. Surgiu um sentido para o ditado em que "vão-se os dedos, ficam os aneis". E seguirá comigo sempre em meus dedos e em meu coração.


Um beijo, Manu

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Noiva precavida

Se a necessidade é a mãe da invenção, a ansiedade é a mãe da precaução. Nada mais lógico para uma noiva enlouquecida do que ter tudo dentro do seu controle, acertado com muito tempo de antecedência. Porém, as circunstâncias da vida me colocaram assim, num momento em que faltam apenas 23 dias e ainda tem uma lista de tarefas para fazer e uma casa nova em que ainda falta bastante coisa. Então, racionalmente paro de falar de lógica e entro nas emoções, afinal elas que estão tomando conta deste momento.

Comecei a ter uma outra preocupação, agora é com o noivo lúcido. Hoje de manhã ele me disse que acha que vai precisar de uma dose reforçada de água de melissa para dormir na véspera do casamento. Se ele vai precisar, imagina eu que já tomo florais, faço massagens relaxantes semanalmente com a Letícia no Espaço Vitalittá e luto diariamente contra a ansiedade? O noivo lúcido começa a dar sinais de que o bicho tá pegando, mesmo! Então eu me desafiei a tentar relaxar o máximo possível para poder aproveitar como mereço este momento.


Quanto a casa, começaremos com o que ganharmos de presente. Felicissimamente muitos amigo e familiares estão ajudando muito, muito, muito e acho que até o casamento faltará pouquíssima coisa, nada que não possamos comprar em 10 vezes sem juros. Sobre a lista de detalhes pendentes, ainda não posso falar muita coisa pois são as surpresas e os detalhes que farão a diferença no dia para os convidados, mas no mais são convites ainda a ser enviados pelos correios, telefones de convidados que não conseguimos, trabalhos artesanais a fazer, etc. E em relação a ansiedade do noivo lúcido, bem, essa é uma outra história...

Apesar de ter alguns momentos de estresse quando converso algo do casamento com os mais próximos, ontem fiquei feliz porque minha mãe disse que eu não tinha sido chata para escolher as coisas. Que eu fui prática e não fiquei incomodando. Gostei porque, na verdade, eu sei que eu sou muito chata e se a minha mãe, que é com quem eu mais tenho liberdade para ser chata, disse que eu fui legal, olha, eu devo estar sendo uma noiva muito legal!

Agora tentei entrar no modo "paciência". Se faltar tecido, paciência, vamos fazer como der. Se vierem mais pessoas do que o confirmado, paciência, vamos colocar água no feijão e puxar umas cadeiras. Se não gostarem do meu vestido, paciência, porque eu amei. Se eu tropeçar na hora de dançar, paciência, levanto e sigo em frente. Se o noivo fugir do altar... bom, eu vou sair correndo atrás dele! Nos precavemos e temos planos B para quase tudo. No mais, estamos nos preparando há mais de um ano e sempre algo vai fugir do controle. Então, paciência! 

E quando falamos em precaução, meu amor e eu sempre cantamos essa música, que considero o hino da precaução, do Bode Japeth, em Deu a Louca na Chapeuzinho, a partir de 1:20.


"Precaver, precaver, se não quer pagar pra ver, cuidado é coisa boa de se ter!"

Enfim, o mais importante de tudo é o momento da cerimônia, em que vamos dizer sim, para Deus nos manter unidos até quando ele desejar. Escolhemos as músicas e os músicos com muito carinho, a leitura, o salmo, e também confiamos na minha madrinha, que vai fazer a liturgia, e no padre que convidamos para celebrar. Ontem ligamos para ele e eu só fiz um pedido: "por favor, Padre, não faça o evangelho da mulher submissa!". Depois de umas gargalhadas aprendi que essa história bíblica é leitura e não evangelho, então problema resolvido. 

Outubro chegou e eu me sinto cada dia mais próxima da realização de um sonho, de um momento tão especial, em que olharei nos olhos do meu imenso e infinito amor e jurarei ficar ao lado dele para sempre! Tranquila, relaxada e precavida!



Um beijo, Manu

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